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Charles Aznavour - 92 anos
Filho de imigrantes armênios, Shahnour Vaghinagh Aznavourian (em armênio, Շահնուր Վաղինակ Ազնավուրյան) nasceu no dia 22 de maio de 1924. Anos depois, adotou o cognome Charles Aznavour.

Seus pais Michael e Knar Aznavourian eram artistas, o que facilitou sua entrada no mundo do teatro. Em 1933, entra numa escola de Arte Dramática, e logo em seguida consegue pequenos papéis no teatro e no cinema. Assim que a França entra na Segunda Guerra Mundial em 1939, alista-se como voluntário. Com a derrota da França sendo derrotada, regressa ao lar e ajuda sobremaneira a Resistência Francesa (o maquis). Trabalha intensamente para despontar no mundo artístico, mas é preciso esperar uns quinze anos para saborear o gosto do triunfo. Realmente, em 1957, seu nome aparece pela primeira vez  no topo do cartaz do Olímpia.

A carreira de cantor teve início quando a cantora francesa Edith Piaf ouviu-o cantar e optou por levá-lo consigo numa turnê pela França e pelos Estados Unidos.

Charles Aznavour é reconhecido como o “Frank Sinatra francês” e a grande maioria das suas músicas explicitam o amor. Apresentou-se em sete idiomas diferentes (francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, russo e português), o que contribuiu para que se apresentasse no Carnegie Hall, famosa e requintada casa de espetáculos americana, localizada em Nova York. Para além de cantor, é compositor de cerca de 850 músicas (entre essas, incluem-se 150 em inglês, 100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão) e vendeu mais de 100 milhões de disco. Como ator, apresentou-se em mais de 60 filmes: em 1960, estrelou Atirem no pianista, de François Truffaut, no papel do personagem Édouard Saroyan; em 1974, foi aclamado no filme O caso dos dez negrinhos e, em 1979, desempenhou relevante papel de coadjuvante no filme O tambor, vencedor do Academy Award de melhor filme em língua estrangeira em 1980; em 2002, estrelou o filme Ararat, ao interpretar o cineasta Edward Saroyan.

Charles Aznavour atinge o ápice da sua consagração na década de 80, sendo aclamado em todas as partes do mundo: Estados Unidos, Europa, América Latina, África, URSS, Grécia, Turquia, Líbano, entre outros. Todavia, com o surgimento da canção "Ils sont tombes", é proibido de pisar na Turquia e suas canções impedidas de serem interpretadas, pois o Governo Turco não reconhece o Genocídio e o renega.

ILS SONT TOMBÉS

ls sont tombés sans trop savoir pourquoi
Hommes, femmes et enfants qui ne voulaient que vivre
Avec des gestes lourds comme des hommes ivres
Mutilés, massacrés les yeux ouverts d´effroi

Ils sont tombes em invoquant leur Dieu
Au seuil de leur église ou le pas de leur porte
Em troupeaux de désert titubant em cohorte
Terrassés par la soif, la faim, le fer, le feu.

Nul n´éleva la voix dans un monde euphorique
Tandis que croupissait un peuple dans son sang
L'Europe découvrait le jazz et sa musique
Les plaintes des trompettes couvraient les cris d'enfants.

Ils sont tombés pudiquement sans bruit
Par milliers, par millions, sans que le monde bouge
Devenant un instant minuscules fleurs rouges
Recouverts par un vent de sables et puis mourir.

Ils sont tombés, les yeux pleins ds soleil
Comme un oiseau qu'en vol une balle fracasse
Pour mourir n'importe où et sans laisser de traces
Ignorés, oubliés dans leur dernier sommeil

Ils sont tombés, en croyant ingénus
Que leurs enfants pourraient continuer leur enfance
Qu'un jour ils fouleraient des terres d'espérance
Dans des pays ouverts d'hommes aux mains tendues.

Moi je suis de ce peuple qui dort sans sépulture
Qui choisit de mourir sans abdiquer sa foi
Qui n'a jamais baissé la tête sous l'injure
Qui survit malgré tout et qui ne se plaint pas

Ils sont tombés pour entrer dans la nuit
Éternelle des temps, au bout de leur courage
La mort les a frappés sans demander leur âge,
Puisqu'ils étaient fautifs d'être enfants d'Arménie. 
 
Tombaram sem saber porque
Homens, mulheres e crianças que só queriam viver
Cambaleando tais bêbados
Mutilados, massacrados, olhos arregalados pelo pavor

Tombaram, invocando Deus
Nas suas igrejas ou na soleira das suas casas
Rebanho do deserto, titubeando em bando
Abatidos pela sede, fome, ferro e fogo.

Ninguém se importou, num mundo eufórico
Enquanto um povo se afogava no seu próprio sangue
A Europa descobria o jazz
E o queixume dos saxofones encobria o grito das crianças

Tombaram, milhares e milhares, pudicamente sem alarde
Sem que o mundo tomasse conhecimento
Confundindo-se por momentos com rosas vermelhas
Cobertas de areia, e depois o esquecimento

Tombaram, os olhos mirando o sol
Tal um passarinho atingido por uma bala,
Morrendo num lugar qualquer, sem deixar rastros
Ignorados, esquecidos em seus últimos suspiros.

Tombaram acreditando, ingênuos que eram,
Que seus filhos poderiam continuar a sua infância,
Que um dia pisariam em terras de esperanças,
Em países hospitaleiros acolhendo-os de braços abertos.

Eu sou desse povo que descansa sem sepultura
Que preferiu morrer a renegar sua fé,
Que jamais curvou a cabeça diante da injúria,
Que consegue sobreviver sem se queixar nunca.

Tombaram mergulhando no escuro
Da noite eterna, exauridos e desanimados.
A morte os alvejou sem questioná-los,
Pois eram culpados de ter nascidos Armênios.

Em 1988, Charles Aznavour foi eleito "artista do século" pela CNN e pelos usuários da Time Online espalhados pelo mundo. Aznavour foi reconhecido como notável performer do século com cerca de 18% da votação total, ultrapassando Elvis Presley e Bob Dylan. Após a morte de Frank Sinatra, o artista passa a ser considerado o último dos crooners tradicionais.

Após o terrível terremoto que devastou a Armênia, em 1988, destacou-se como personalidade humanística ao criar a Fundação Aznavour Para a Armênia, no objetivo de ajudar as vítimas da catástrofe. No ano de 1995, foi nomeado Embaixador da Boa Vontade e Permanente Delegado da Armênia para a Unesco. O empenho pelo país natal, rendeu-lhe o título de herói nacional, concedido pelo governo armênio, em 2004.

Aclamado como o último dos chansonieres franceses, Charles Aznavour iniciou sua turnê global de despedida no fim de 2006, apresentando-se nos Estados Unidos e no Canadá, onde deixou grandes lembranças. Em 30 de setembro de 2006, apresentou-se num grande concerto em Erevan, capital da Armênia, como estreia da série "Armênia, minha amiga", na França. O presidente armênio Robert Kocharian e o presidente francês Jacques Chirac, à época em visita oficial à Armênia, estavam na primeira fila. Em 2007, Aznavour fez concertos no Japão e no resto da Ásia. Em dezembro de 2008, obteve a cidadania armênia e, aos 13 de fevereiro de 2009, tornou-se embaixador da Armênia na Suíça, no Libération (da AFP), sendo o anúncio oficial dessa nominação em 6 de maio de 2009. Ainda em 2008, no dia 23 de fevereiro, passou pelo Pavilhão Atlântico, em Lisboa e, em abril do mesmo ano, apresentou-se no Brasil, encantando os fãs brasileiros, pelas capitais que passou: São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Pela grande receptividade, em terras brasileiras, voltou ao país em setembro de 2008 e realizou mais sete shows nas capitais: Fortaleza, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. Em maio de 2013, o grande cantor volta ao Brasil e apresenta-se no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife.

Outros prêmios e reconhecimentos

Em 1963, 1971 e 1980 - Edison Prêmios (três vezes award winner)
Em 1971 - Golden Lion Award honorário no Festival de Cinema de Veneza para a versão italiana da música Mourir d'aimer
Em 1995 - Grande Medalha da Academia Francesa
Em 1995 - Embaixador da Boa Vontade e Permanente Delegado da Armênia para a UNESCO
Em 1996 - Indução para o Songwriters Hall of Fame
Em 1996, Aznavour foi elencado no Hall da Fama dos Letristas
Em 1997, Aznavour foi premiado na França como artista masculino do ano
Em 1997, Aznavour foi premiado como César honorário
Em 1997 - Francês Victoire prêmio de artista masculino do ano
Em 1997- Honorary Award César
Em 1997 - Officier (oficial) da Legion d'honneur
Em 2004 - Herói Nacional da Armênia
Em 2004, Aznavour recebeu o título de "Herói Nacional da Armênia"
Em 2006, Aznavour foi laureado pelo 30º Festival de Cinema do Cairo
Em 2006 - prêmio honorário em 30 Cairo Film Festival
Em 2008 - Diretor Honorário da Ordem do Canadá
Em 2008 - Cidadania da República da Armênia
Em 2009 - MIDEM Lifetime Achievement Award
Em 2009 - Grigor Lusavorich prêmio de Nagorno-Karabakh República
Em 2009 - Oficial da Ordem Nacional de Quebec
Em 2010 - fim de Honra "pelo excelente contributo para o reforço dos laços culturais entre a Rússia e a França"
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2016 - 23h38
Fundo musical. Charles Aznavour. Ils sont tombés

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Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 09/06/2016
Alterado em 09/06/2016
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