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Liberdade não apenas significa que o indivíduo tem a oportunidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de escolher; também significa que deve arcar com as conseqüências de suas ações, pelas quais será louvado ou criticado. Liberdade e responsabilidade são inseparáveis”.

Friedrich August von Hayek foi o teórico que mais contribuiu para a desmistificação do ideal socialista entre os pensadores do Ocidente, sendo referência obrigatória para todos que queiram defender em nossos dias a liberdade.


Hayek nasceu em 8 de maio de 1899, no seio de uma família de cientistas e professores universitários, em Viena, na Áustria. Estudou na Universidade de Viena, onde recebeu em 1921 o doutorado em Direito, e em 1923 o doutorado em Ciências Políticas. Trabalhou num orgão governamental de 1922 a 1927 sob a direção de Ludwig von Mises (1881-1973) e foi diretor de 1927 a 1931 do Instituto Austríaco de Pesquisas dos Ciclos Econômicos.  

Lecionou na Universidade de Viena (1929-1931), na London School of Economics (1931-1950), na Universidade de Chicago (1950-1962), na Universidade de Freiburg (1962-1968) e na Universidade de Salzburg (1968 a 1974).  

Acompanhado de outros trinta e cinco importantes pensadores de diferentes áreas do saber, fundou em 1947 a The Mont Pèlerin Society, cuja função é servir como um fórum de debates e trocas de informações para todos os defensores da liberdade individual. Recebeu em 1964 o doutorado honorário da Universidade Rikkyo de Tóquio, foi feito em 1971 senador honorário pela Universidade de Viena e recebeu em 1974 o doutorado honorário da Universidade de Salzburg. Hayek foi laureado em 1974 como Prêmio Nobel de Economia, juntamente com o economista sueco Karl Gunnar Myrdal (1902-1986). Faleceu em Freiburg, na Alemanha, no dia 24 de março de 1992.A originalidade e a influência do pensamento de F. A.  

Hayek vai bem além da contribuição de qualquer escritor de sua geração, conforme demonstram suas obras.  

Publicado originalmente em 1929, seu primeiro livro, Teoria monetária e ciclos econômicos (Geldtheorie und Konjunkturtheorie), examina o papel da moeda em provocar flutuações econômicas e afirma que a disponibilidade de crédito no mercado afeta a estrutura de produção, demonstrando que uma súbita injeção de crédito na economia pode provocar alterações no sistema de preços e atrair investimentos insustentáveis.  

Em 1940 publicou A teoria pura do capital (The Pure Theory of Capital), onde explica a complexa natureza do capital, bem como seu papel nos booms e nas depressões econômicas.  

Sua obra de maior impacto foi publicada em 1944. Trata-se do livro O caminho da servidão (The Road To Serfdom), onde procurou mostrar que a tendência de substituir a ordem espontânea e infinitamente complexa de mercado por uma ordem deliberadamente criada pelo engenho humano e administrada por um sistema de planejamento central acabava resultando, inexoravelmente, no empobrecimento e na servidão.  

Publicado em 1949, Individualismo e ordem econômica (Individualism and Economic Order) reúne uma série de ensaios sobre as relações entre indivíduo e sociedade, a metodologia das ciências sociais e o problema do cálculo econômico em sociedades socialistas.  

Em 1952, Hayek publicou os livros A contra-revolução da ciência (The Counter-Revolution of Science), onde explica com precisão os problemas e erros da utilização dos métodos das ciências naturais nos estudos sociais, e A ordem sensorial (The Sensory Order), que propõe uma teoria psicológica onde considera a mente como um sistema adaptativo.  

O livro Os fundamentos da liberdade (The Constitution of Liberty), publicado em 1960, é a mais sistemática apresentação de argumentos e princípios a favor da liberdade indívidual, demonstrando quais instituições jurídicas e econômicas são compátiveis com a complexidade da sociedade.  

A trilogia Direito, legislação e liberdade (Law, Legislation and Liberty) aprofunda os temas políticos e econômicos abordados pelo livro anterior.  Publicado em 1973, o primeiro volume, Normas e ordem (Rules and Order), contrasta, nas sociedades humanas, as ordens espontâneas com as organizações construídas, diferenciando os tipos de normas que vigoram em cada uma dessas formas. No segundo volume, A miragem da Justiça Social (The Mirage of Social Justice), publicado em 1976, demonstra que a noção de justiça social não tem sentido numa ordem espontânea, sendo uma justificativa para a demanda de grupos particulares. O último volume, A ordem política de um povo livre (The Political Order of a Free People), foi publicado em 1979 e expõe os defeitos que estão corrompendo as democracias ocidentais, além de propor soluções jurídicas e políticas para corrigir o problema.  

Na obra Desestatização do dinheiro (Denationalisation of money), publicada em 1976, propõe que a única forma efetiva de combater tanto a inflação quanto a deflação, evitando a depressão e o desemprego, é a substituição do monopólio governamental da moeda pela competição de moedas fornecidas por instituições privadas.  

Em 1988 Hayek publicou seu último livro, Arrogância fatal: os erros do socialismo (Fatal Conceit: Or the errors of socialism), onde disseca a pretenção socialista de planejar a sociedade e demonstra que o código moral da civilização Ocidental, as regras jurídicas, as organizações políticas e o mercado são o resultado da evolução de uma ordem social espontânea, que não podem ser modificados pelo arbítrio humano.  

Hayek enfatizava a importância central da moralidade no desenvolvimento da civilização. Demonstrou nos vários escritos que uma economia próspera e evoluída requer uma ordem moral sólida. Defendia que os traços menores da personalidade dos agentes econômicos são mais importantes do que as instituições formais ou os recursos materiais. Nessa perspectiva, o progresso da civilização depende principalmente dos valores que ajudam a promover os relacionamentos humanos, tais como a bondade, o senso de humor, a modéstia pessoal e o respeito pelas boas intenções do semelhante.


Fonte de pesquisa
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 23/01/2011
Alterado em 23/01/2011
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